Atrium Noctis - Aeterni

Os Alemães Atrium Noctis formaram-se em 2002 tendo lançado 3 trabalhos até ao ano de 2010. A partir dessa data entraram num fase de muitas audições e escolhas para um novo trabalho que é finalmente lançado em 2017 com o título de “Aeterni”, já com a presença na banda de Kalliope e Rhadamanthys.

Partindo de uma sonoridade essencialmente black sinfónico, o resultado espelhado neste novo álbum acaba por ser mais abrangente em termos de sub-géneros, senão vejamos. Logo na faixa inicial “Datura Noir” a maior tendência vai para um folk pagão onde a voz feminina desempenha um papel preponderante no cenário sonoro, ajudando à caracterização da flor negra de que fala a música. “Zerberons Erwachen” apresenta-se envolto numa aura negra que intercala momentos de black mais contemporâneo com passagens mais cruas e diretas, com um interessante “diálogo” entre as vozes berrada e gritada. Depois disto temos o primeiro momento mais “descontraído” e novamente de volta a uma toada mais folk com uma “AD I” que começa lentamente mas ao fim de cerca de 1 minuto explode num frenesim musical. Esta é a primeira faixa diretamente dedicada ao compositor Tcheco Antonín Dvořák e à sua 9ª Sinfonía, composição na qual se baseia todo o álbum. Altura agora para uma monstruosa “Leviathan”; começando com uma pequena narração, musicalmente intercala passagens lentas e pausadas com outras mais rápidas e alegres, tendo o condão da melodia sempre presente e com as vozes aqui novamente a contribuírem para uma paisagem musical mais preenchida. Pela sua complexidade e versatilidade esta faixa é uma espécie de ode à obra que este álbum homenageia. Tempo agora para mais uma faixa (“AD II”) baseada na 9ª Sinfonía, desta feita no 4º andamento “Allegro con fuoco”, provavelmente a passagem mais conhecida da maioria dos ouvintes. De andamento mais compassado, tribalista e com uma aura de épica, “Die Nacht Der Falken” é uma belíssima composição que nos transporta para um imaginário de fantasia repleto de criaturas da noite, embelezado pela angelical voz de Kalliope; o álbum termina depois com o instrumental acústico “ADE”.

Entre as várias audições que fiz de “Aeterni” escutei ainda o anterior “Home” e isso deu para perceber da evolução da banda em termos de composição. É perceptível a presença da música clássica nas suas raízes musicais que facilmente conseguem conjugar com outras sonoridades sem perderem as respectivas essências. A banda demorou 7 anos a lançar este novo álbum mas aproveitou bem esse longo período para refinar o resultado final; ainda bem que voltaram e com esta qualidade.

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German band Atrium Noctis got together in 2002 having released 3 albums until 2010. From that year on they’ve entered in a series of auditions and decisions for a new work that it’s finally released in 2017 titled “Aeterni”, now with the presence of Kalliope and Rhadamanthys in the band.

Starting with a mainly black symphonic sonority the result shown in this album ends up being more diverse in terms of sub-genres, so let's see. Right on the first track “Datura Noir” the major tendency goes to a pagan folk where the feminine voice takes a preponderant role in the sound scenario, helping the characterization of the black flower the music speaks of. “Zerberons Erwachen” presents itself surrounded in a dark aura that merges moments of more contemporaneous black metal with direct and raw passages with an interesting “dialog” between screamed and roared voiced. After this we have our first “relaxed” moment and again with a more folk paced approach with “AD I” that starts slowly but around the first minute explodes in a musical frenzy. This is the first track directly dedicated to Czech composer Antonín Dvořák and it’s 9th Symphony, composition in which the entire album is based. Time now for a monstrous “Leviathan”; starting with a short narration, musically it interleaves slow and paused passages with others fast and joyful, always putting melody in it and with the voices again giving their contribute to a fulfilled musical landscape. Because of its complexity and versatility this track is some sort of ode to the masterpiece this album pays tribute to. Now time for another track (“AD II”) based on the 9th Symphony, this time in the 4th movement “Allegro con fuoco”, probably the most well known passage by the listeners. With a more paced tune, tribal and with an aura of epicness, “Die Nacht Der Falken” is a beautiful composition that takes us to an imaginary fantasy place filled with creatures of the night, embellished by Kalliope’s angelical voice; the album ends afterwards with an instrumental acoustic “ADE”.

Among my several auditions to “Aeterni” I’ve also listened to the previous “Home” and that made me have a notion of the band’s evolution regarding composition. It’s perceivable the presence of classical music in their musical roots that they can easily combine with other sonorities without them losing their essences. The band took 7 years to release a new album but has used well that long period to refine the final result; glad they’ve returned and with such quality.

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