Dogma - Reditum


Onze anos depois de terem terminado um ciclo musical do qual resultaram uma demo e dois EP’s, os Dogma ressurgem agora com um álbum novo cujo nome é bem apropriado, “Reditum”. Na sua essência, este álbum de estreia não é uma completa novidade. Pegando na demo de 1997 “Weltschmerz” re-arranjaram cinco das suas faixas (“Rosa”, “Criação”, “Jabal Tariq”, “Sangue & Frio”, “Anjo Caído”), juntando-lhes “Corro Pela Floresta” (EP “Último Grito” - 2000), “Esperma de Lava” (EP “Memorial à Obsessão Pela Dor” - 2002) e três outros temas novos. Dito desta forma posso dar a entender que “Reditum” será pouco mais do que uma reedição extendida mas na verdade revela-se muito mais do que isso.

Para quem não conhece a demo basta passar no canal do Youtube da banda para o escutar na íntegra, passando depois para a audição do novo álbum tendo assim logo uma percepção do trabalho realizado nos novos arranjos. Sem nos debruçarmos sobre as diferenças tecnológicas que separam estes dois lançamentos, o que salta logo ao ouvido são as guitarras que agora ganham mais corpo, preponderância na melodia e conferem um peso na composição que, a par com uma bateria mais audível, revitalizam por completo os “velhos” temas e nivelam o álbum num nível acima. Qualquer um dos temas serve de exemplo mas vou destacar aqui um dos meus favoritos, “Criação”, cujo novo arranjo permite não só um melhor uso das guitarras e bateria como ao nível da vocalização se notam melhorias substanciais. Aliás, esse é outro dos aspectos que mais me agrada nesta banda, a forma como as vozes conseguem transmitir aquela essência muito nossa, aquele lamento na voz que nos torna inconfundíveis. No que diz respeito às letras, a banda faz uso de uma linguagem mordaz e incisiva cujos versos são cuidadosamente estruturados e trabalhados, mantendo-se afastados da lógica de texto simples e de fácil assimilação.

Intitulando-se os Dogma como uma banda de gothic/doom, com estes novos arranjos vincam essa característica; um dos pontos positivos da banda foi a capacidade de manter a sua essência e raízes ao mesmo tempo que se metamorfoseia numa sonoridade mais moderna, transportando do passado o espírito das bandas Portuguesas do género numa espécie de revivalismo evolutivo. Mais do que um novo trabalho disponível para audição é a certeza da maturidade adquirida e da qualidade musical que se pode esperar do próximo lançamento.

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Eleven years after finishing a musical cycle of which resulted a demo and two EP’s, Dogma rise again with a new album whose name is well suitable, “Reditum”. In essence, this debut album is not entirely new. Picking the 1997 demo “Weltschmerz” they’ve re-arranged five of its tracks (“Rosa”, “Criação”, “Jabal Tariq”, “Sangue & Frio”, “Anjo Caído”), adding them “Corro Pela Floresta” (EP “Último Grito” - 2000), “Esperma de Lava” (EP “Memorial à Obsessão Pela Dor” - 2002) and three new tracks. Said this way I may give the impression that “Reditum” isn’t more than an extended re-issued version but in fact is more than just that.

For those who don’t know the demo just need to head to the band’s Youtube channel to listen to it, moving afterwards to the listening of the new album, thus having right away a perception of the work put on the new arrangements. Without talking too much about the technological differences that separate these two releases, what pops up from the earing are the guitars that now are now more embodied, have more preponderance in the melody and give weight to the composition that, along with a more listenable drums, revitalize completely the “old” songs and level the album a step higher. Any of the tracks will do do exemplify this but I’ll highlight one of my favorites, “Criação”, whose new arrangement makes it possible not only a better use of the guitars and drums but also in the vocals we can perceive major improvements. In fact, that’s another aspect that most pleases me in this band, the way how the voices transmits that true essence of our own, that lament in the voice that makes us distinguishable. Regarding the lyrics the band makes use of a caustic and incisive language whose verses are carefully worked and structured, maintaining themselves apart of the simple and easy lyrics.

Considering themselves as a gothic/doom band, with these new arrangements Dogma crease that characteristic; one of the positive aspects of the band was the capability of maintaining its essence and roots at the same time it metamorphoses into a modern sonority, bringing from the past the spirit of the Portuguese bands alike in some sort of evolutionary revival. More than just another work for listening it’s the certainty of acquired maturity and musical quality that we can expect from a future work.

\m/

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