Entrevista My Enchantment


No passado sábado 24 de Janeiro, decorreu o 2º Salamandra em Chamas, evento dedicado a sonoridades mais metaleiras, organizado pela associação Salamandra Dourada & Casa na Árvore, ambos projetos que visam dinamizar culturalmente em todas as vertentes a zona da Ameixoeira, proporcionando aos seus moradores e massa associativa o desfrute e convívio em noites diferentes.

No âmbito deste salutar convívio e entre pausas de palco, proporcionou-se uma amena conversa com cariz informal com o baterista e um dos membros fundadores do sexteto barreirense My Enchantment, banda a completar quase 16 anos de existência (formados em 1999) e com uma vasta legião de seguidores, intrépidos e fiéis ao seu percurso desde a sua origem.

A 1ª e inevitável pergunta que surge nesta conversa com Ricardo Oliveira é:

RnR: o porquê de tanto tempo de hiato entre o lançamento de trabalhos, sendo que o álbum de estreia após a edição da Demo ‘The Last Season of Life’, ‘SinPHONIC’ , teve lançamento oficial em 2006 e finalmente este transato ano de 2014 brinda-nos com o EP ‘The Death of Silence’

RO: Este tempo de intervalo inesperado prende-se com o facto do na altura vocalista Paulo Pereira ter saído da banda, quando decorriam as gravações do que seria o 2º álbum de My Enchantment, com previsão de lançamento para 2009 ou 2010, e com o natural decorrer das vidas pessoais e profissionais de cada um, acabando também por haver reformulação no line-up da banda, saindo também o guitarrista João Pepe e o teclista Bruno.

RnR: Agora com a formação definida e podendo afirmar com a máquina ‘bem oleada’, consideras que apesar do inesperado parcelamento da banda se encontram sem dúvida mais fortes e unidos?

RO: Sim, de facto, a nossa atitude e postura mantém-se, os novos elementos vieram indubitavelmente dar um contributo valioso a todo este projeto. A entrada de AlexZander para a voz, do Rui e do Pedro, respetivamente teclados e guitarra, contribuíram para uma grande química entre todos, o que se reflete não só em termos de composição em que as ideias e entendimento grupal se fazem ouvir em uníssono, como também em termos de interação de palco; estamos coesos, com garra e isso é óbvio e salutar para quem nos vai ver nos nossos concertos, até porque a caminho de uma idade ‘vintage’ quando se poderia esperar algum cansaço ou desgaste temporal, o que temos é precisamente o inverso. Fazemos de cada apresentação como se fosse das primeiras, sempre com atitude e energia renovada!

RnR: Ricardo, na sequência do álbum que estava a ser preparado, aproveitaram algum do material ou este ‘sabe-a-pouco’ Ep ‘The Death of Silence’ foi todo ele concebido de raiz, já com a nova formação?

RO:’Nightmare’, seria assim o nome desse registo e até com um certo karma pois passaram-se tempos menos calmos na preparação do mesmo (risos!); Decidimos dar liberdade de expressão e de criatividade aos novos elementos, beneficiando todos das ideias de cada um e do seu contributo artístico, sem a austeridade de apenas ‘memoriza, pratica e debita’… Cremos ter optado bem, afirmando-nos enquanto equipa e o resultado final está bem á vista…, no entanto, aproveitámos a faixa ‘Infection’, como ‘recordação’ de tempos conturbados mas que fazem parte do ciclo da vida.

RnR: Ricardo, quer como individuo melómano, quer como músico, e andando por cá há já tanto tempo, como consideras ou vês atualmente o nosso panorama do metal nacional?

RO: É uma pergunta de rasteira ou melhor dizendo, um pau com 2 bicos (risos!); aqui há uns anos eram menos bandas mas com uma qualidade diferente, a oferta musical era um pouco mais variada, pois todos lutavam por marcar a diferença e destacarem-se dos demais; hoje são muitas e muitas, sempre a crescer, com uma qualidade também bastante boa mas com sonoridades muito similares, apesar da grande variedade de estilos. Por outro lado e contrariamente ao suposto, há cada vez menos espaços para que estas se mostrem e se afirmem, e se antes todos nos deslocávamos massivamente á descoberta dos novos e conhecido projetos, hoje o pessoal não adere e poder-se-ia culpar ‘n’ situações, mas há um grande comodismo entre o sair e apoiar de verdade ou o ficar á espera de comentar ou aplaudir de cadeira, deixando salas e promotores também sem grande margem de manobra para contrariar este circuito de ‘preguiça’ que se vai instalando.

RnR: Estando aqui hoje para encerrar este evento do Salamandra em Chamas e como cabeças de cartaz, como se sentem?

RO: Bem, temos um geral sentimento de bem-estar sendo que é de louvar e apoiar estas iniciativas que vão surgindo, temos sido bem tratados e denota-se na equipa que aqui está a vontade de melhorar e de crescer e isso é bastante positivo.

RnR: Planos para um futuro mais imediato, há?

RO: Claro, sempre! Assinámos há uns meses pela MIMS (Music In My Soul), o que nos vai possibilitar a reedição deste fresquinho Ep, mas com nova roupagem, mais um mimo para os nossos fãs e contamos em 2015 conseguir a nossa primeira internacionalização! Mas ainda o ano mal começou…

Foi assim, com algum frio mas em amena cavaqueira conseguimos este ‘exclusivo’ para os nossos ouvintes e leitores. Muito ficou por ser perguntado e muito há ainda que dizer pois My Enchantment estão cá para continuar por outros tantos e bons 15 anos!

Da nossa parte, um bem-haja a toda a equipa do Salamandra Dourada e aos membros de My Enchantment, sem exceção! \m/

2 comentários:

  1. Obrigada Davi Cruz pela publicação!! E obrigada aos My Enchantment na pessoa do Ricardo Oliveira pela cedência deste 1º exclusivo!! 3:)

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    1. Não precisas agradecer Endemoniada. Este espaço está sempre aberto à divulgação de material nacional (e não só), sempre que precisares de um espaço para mostrares o teu trabalho as páginas deste blogue estão sempre disponíveis \m/

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