Laurus Nobilis Music Fest - Versão PT

Primeiro dia:

O dia começou algo cinzento, durante a noite e manhã caíram algumas gotas mas a temperatura manteve-se alta. Ao longo do dia o céu foi abrindo e o Sol brilhava forte. Estavam reunidas as condições para uma grande noite de Rock Alternativo/Metal.

O primeiro impacto que se tem ao chegar ao recinto é de rigor e qualidade organizacional. Não há bela sem senão e são permitidas algumas falhas (sinalética trocada, por ex.); se acontecem em eventos de maior envergadura e nomeada, porque não aqui?... Há sempre aspectos negativos a salientar, não existem festivais perfeitos. O deste primeiro dia terá sido o atraso de mais de 1 hora no início dos concertos, devido a uma falha de um gerador, ainda durante o sound-check. Mas isso não beliscou a capacidade mostrada por todos os envolvidos, desde músicos a técnicos de som, passando pela segurança, alimentação e voluntários, até porque os tempos de e entre actuações foram ajustados e o evento terminou à hora prevista.

Depois de tudo resolvido e pronto, tempo então de dar espaço à música. Início “a partir”, como se pede a uma banda que está a celebrar 20 anos de carreira e mais que habituada a estas andanças. Público ainda um pouco tímido, provavelmente a maioria não conhecia ainda os Éden. Com um Aguiar em grande estilo, como é seu apanágio, aos poucos foram conquistando o público, tendo como ponto alto a participação de todos na cover de Zeca Afonso, “Vejam Bem”.

Também em força entraram os More Than A Thousand, debitando Nu Metal explosivo e com uma sonoridade catchy. Só por si isso seria suficiente para agarrar o público, nesta altura maioritariamente fãs da banda, mas a atitude de empatia e “carinho” de Vasco deu uma ajuda. Concerto expectavel, com direito a circle pit e muita, muita animação.

27 anos de carreira são uma marca que poucas bandas alcançam. As que lá chegam (com qualidade) fazem-no à custa de muito suor e dedicação. Isso faz com que tenham um vasto público a segui-los, novos ou menos novos, mas todos eles ávidos de muito boa música. Isso é sinónimo de R.A.M.P.! Nada a dizer, concerto estrondoso e devidamente acompanhado pelo abanar de cabeças, mesmo de quem não era dessas andanças.

A fechar a noite outra banda com uma longa carreira, os Mão-Morta de Adolfo Luxúria Canibal. Num concerto que começou numa toada mais experimental e pausada, escalando para ritmos mais fortes, Adolfo hipnotizava o público com os seus versos mordazes e a sua irreverência. Ame-se ou odeie-se, é inegável a qualidade dos músicos em palco. Um final de noite numa toada mais alternativa, como que a descomprimir de toda a adrenalina debitada ao longo da noite.

Venha mais boa música no 2º dia…

Segundo dia:

O cartaz do segundo dia do evento apresentava Sandy Kilpartick como sendo o primeiro a actuar mas isso não sucedeu. Desconheço o motivo porque tal aconteceu (mais tarde viriam a anunciar a sua actuação logo depois os The Waterboys), mas o evento “saltou” então para o segundo nome no cartaz.

Sendo assim, os primeiros a actuar passaram a ser os Lux Yuri com o seu Rock “mascarado”. Já os tinha visto a atuar e mantenho a minha opinião, de que são 4 bons músicos que demonstram capacidade para ir mais longe, mas deixo 2 sugestões: melhor aproveitamento dos tempos entre músicas e passagem a quinteto, com o João a ocupar-se só da guitarra e terem alguém apenas a cantar. De resto nada a apontar, concerto animado a abrir o evento.

Já o Sol se escondia atrás da copa das árvores quando os Virgem Suta subiram ao palco. Com um alinhamento musical que incluía temas conhecidos como “Vovó Joaquina” e outros que farão parte do novo álbum, como “Algo Fica Ao Passar Dela”, facilmente nos deixámos contagiar pelo Rock Popular e Étnico que aqueceu, e muito, este final de tarde. A boa disposição e alegria reinaram na, muito provavelmente, actuação que mais carinhosamente captou o público que não parava de chegar.

Tempo agora para uma viagem ao passado para podermos escutar aquele que é considerado por muitos uma lenda no Rock Psicadélico, Jim Morrison. Desde a indumentária aos trejeitos, com um timbre de voz similar e uma presença em palco de igual recorte, bastava apenas fechar os olhos e acreditávamos estar de volta a 1969, no mítico concerto do Madison Square Garden. Um espectáculo de qualidade que deixou o público rendido; primeiro ponto alto da noite a música “Roadhouse Blues”, com a presença de Daniel Peters na harmónica; segundo ponto alto, um “obrigado” em Português, seguido do tema “Break On Through (To The Other Side)”.

Altura então para a banda cabeça-de-cartaz de todo o evento, os Escoceses The Waterboys. Pleno de boa dIsposição, Mike Scott e companhia deram um concerto memorável com clássicos conhecidos de todos os presentes (“Don’t Bang The Drum”, “Fisherman’s Blues”, “A Girl Called Johnny”...), algumas tocadas em versões extendidas e outras em versões alternativas (caso de “The Hole Of The Moon”, aqui tocada em versão Funky). Não fosse a alteração de última hora do alinhamento e teria sido o final perfeito para todos os presentes, donde se contavam muitos estrangeiros a assistir.

Finalmente, Sandy Kilpatrick teve direito a tocar as suas músicas. A maioria do público já tinha saído; não esqueçamos que eram quase 2 da madrugada. Eram cerca de 50 os presentes mas isso não beliscou em nada o profissionalismo de Sandy, que tocou um belo e acolhedor conjunto de canções românticas, que aqueciam a já fria noite.

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