Shutter Down - Awake

O percurso dos Shutter Down iniciou-se em 2011, ano da formação da banda; desde essa altura contam já com um grande número de concertos tanto em Portugal como em Espanha, o que lhes garantiu experiência (a juntar à que já traziam dos Promethevs, banda da qual Bó, Bux e Cajó fazem igualmente parte) e levou a que quisessem ir um pouco mais longe, mais concretamente a terem material original. Em 2015 gravaram o single “The Edge of Domination”, tendo depois conseguido através de crowdfunding o apoio necessário para gravarem o seu primeiro trabalho. O resultado final será escutado por todos a 25 de Junho, dia do lançamento do álbum de estreia “Awake”.

Tendo começado como banda de covers, a sua abrangência no espectro do rock era vasta por isso não é de estranhar que apresentem neste álbum de estreia todas essas influências. Tudo começa com uma simples “Tomorrow” ao ritmo hard rock com ênfase para a bateria, continuando dentro do mesmo ritmo em “Haunt Me”, aqui já com um belo solo de guitarra; mas é em “Again” que se começa a destacar um maior peso nas guitarras sem contudo se afastar muito da toada rock que lhes é característica, com um solo a apresentar um “cheirinho” de blues. O single de lançamento “Gone” tende um pouco para o southern rock com todo o groove e swing que lhe é característico, acabando por funcionar como a música mais hit (tem ainda direito a uma versão “radio edit” no final do álbum) talvez por isso merecendo o destaque pois acaba por ser uma canção que entra bem no ouvido e é bem equilibrada em termos de peso e melodia. Depois deste momento mais calminho “Falling In The Dark” empurra novamente o ritmo para cima, com aquelas guitarras bem fortes no início; achei engraçado aquele instante “folk” no meio da música subindo depois novamente o ritmo até ao final. “Hollywood” vai buscar um pouco de sleaze rock enquanto que “Cry” é puro hard rock; “Awake” apresenta-se com muito groove, arrisco-me até a dizer que aqueles ganchos chegam a beliscar um pouquinho de nu metal… “Misery” é outra daquelas músicas que podia muito bem funcionar como single, tal a inspiração que nos remete para a década de 80 envolta num peso de modernidade. “The Rocky Song” é a faixa mais pequena, simples e direta, talvez a que me soou mais despropositada quase como um filler, não comprometendo mas também não trazendo nada de extraordinário ao global. “Black Jeans” remete-nos novamente para o rock/blues que se ouvia há umas décadas atrás nas rádios, terminando depois com a sempre presente balada, aqui em ritmo country rock acústico, “To Love Again”. O álbum encerra com a já mencionada versão “radio edit” para “Gone”.

Os Shutter Down apresentam aqui um bom trabalho de estreia, mostrando alguma versatilidade ao mesmo tempo que deixam espaço para melhorarem de futuro. A técnica está lá assim como o “savoir faire”, só acho que podiam ter explorado um pouco mais o som característico do southern rock, um ritmo que tem peso e groove. Mas isto é apenas uma opinião em nada denegrindo a qualidade final de “Awake”. Um disco para se ouvir bem alto e com os vidros abertos enquanto passeamos por essas estradas fora neste Verão.

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Shutter Down’s career began in 2011, year of the band’s foundation; since then they have already played a great number of gigs both in Portugal and in Spain which granted them experience (adding to the one they got from Promethevs, bad where Bó, Bux and Cajó also take part) and led them to reach further shores, more exactly to have original material. In 2015 they’ve recorded the single “The Edge of Domination”, having afterwards gathered the necessary support through crowdfunding to record their debut. The final result will be listened by all on June 25th, release date for the debut “Awake”.

Having started as a cover band their area of influence in rock spectrum was vast so it’s not surprising that they present all those influences in this album. It all starts with a simple “Tomorrow”, a hard rock paced song with special focus on the drums keeping the same rhythm in “Haunt Me”, this one having a nice guitar solo; but it’s in “Again” that we start feeling the weight of the guitars yet without moving too far from their characteristic rock pace, with a solo that “smells” like blues. The hit single “Gone” goes more into southern rock with all its distinctive groove and swing, working as an hit song (it is also entitled to a “radio edit” version in the end of the album) maybe due to the fact that being a catchy song and well balanced in terms of weight and melody granted it a highlighted position. After this softer moment “Falling In The Dark” pushes the rhythm back up again with all those strong guitars in the beginning; I thought it was funny that “folk” moment in the middle of the song, afterwards rising up the rhythm until the end. “Hollywood” gets some of that sleaze rock while “Cry” is pure hard rock; “Awake” presents itself with a lot of groove, I dare to say those hooks pinch nu metal… “Misery” is another of those songs that could easily be a hit single, such is the inspiration that takes us back to the 80’s wrapped in the weight of modernity. “The Rocky Song” is the shortest, simple and straightforward track, probably the one that sounded pointless to me almost as a filler, not committing yet also not adding nothing relevant to the final result. “Black Jeans” takes us back again to a rock/blues pace like the ones we listened on the radio a few decades ago, ending with the ever-present ballad, here with an acoustic country rock tune, “To Love Again”. The album closes with the aforementioned “radio edit” version for “Gone”.

Shutter Down have in “Awake” a good debut, showing some versatility yet at the same time leaving space to improve in the future. The technique is there such as the “savoir faire”, I just think they could have exploited further more the characteristics of southern rock, a rhythm with weight and groove. But this is just my opinion in any way undermining the final quality of “Awake”. A record to be listened out loud and with the windows wide opened while we go on the road this Summer.

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